domingo, 23 de maio de 2010

As qualidades dos bons professores

Publicado em 23/05/2010, em Opinião, na Gazeta de Piracicaba

Dois livros sobre educação, um de autoria de Steven Farr e outro de Doug Lemov trazem em seu conteúdo inovações e análises sérias sobre o desempenho de professores em sala de aula e a relação desse desempenho e o aprendizado dos alunos.

A revista Época, trouxe recentemente uma reportagem sobre as qualidades que diferenciam um bom professor de um ótimo educador. Essa análise também baseada nos dados dos livros desses dois autores, reforça a importância do bom professor no processo de ensino e aprendizagem.

Para fazer o seu livro, Lemov tentou identificar através de pesquisas quais são os professores de sucesso e o que os torna diferenciados de outros numa escola.
Punir os maus professores e premiar os bons, diferenciar salários, pagando mais ao professor que sem empenha para ser cada vez mais eficiente são algumas sugestões dadas pelos dois autores dos livros mais discutidos e analisados no momento sobre qualidade no processo educativo.

Algumas qualidades são cobradas como essenciais para que um professor consiga fazer com que seus alunos aprendam melhor:

- Olho no professor: os alunos não devem anotar nada enquanto o professor explica a matéria.Todos os olhos devem estar voltados para ele. O fato das canetas estarem descansando sobre as carteiras melhora a atenção dos alunos, desde que o professor consiga fazê-los olhá-lo o tempo todo em que explica a matéria.

- É certo só se estiver 100% certo: o professor deve continuar perguntando a mesma coisa para o aluno até que ele dê um resposta 100% certa.

- Não vale não tentar: não aceitar não sei como resposta e conduzir o aluno à resposta certa é uma das técnicas mais simples para motivar o aluno a aprender. Manter uma expectativa alta em relação ao aluno é fundamental para seu sucesso.

- Para fisgar o aluno: apresentar um novo tópico da matéria de um jeito diferente. Usar iscas como histórias, trechos de filmes ou propor um pequeno desafio.

- O jeito certo de fazer perguntas:em vez de fazer uma pergunta para toda classe responder escolher quem vai dar a resposta. Isso checa o que cada aluno aprendeu sobre a matéria dada:

- O lado positivo da bronca: usar frases positivas na hora de chamar atenção do aluno. Faz uma enorme diferença dizer por favor, eu preciso que você olhe para frente em vez de dizer não olhe para trás;

- Circulação pela sala: enquanto explica a matéria o professor deve circular pela sala pois isso demonstra proximidade dele com os alunos. Deve aproveitar a caminhada para fazer perguntas individuais:

- A hora certa de elogiar: o elogio só deve vir quando o aluno fizer mais do que lhe foi pedido. Os professores excelentes fazem uma distinção precisa entre o que o aluno aprendeu dentro das expectativas e quanto ele as superou.Se um aluno cumpre uma tarefa como a de manter a carteira limpa, o professor pode dizer: obrigado por fazer o que eu pedi em vez de dizer excelente trabalho! A banalização do elogio tem um efeito destrutivo no longo prazo. O elogio por atitudes básicas acaba fazendo com que o aluno perca a confiança de que ele possa fazer algo extraordinário. Essas são algumas técnicas que, os autores desses dois livros sugerem como forma de manter um processo educativo mais rico e eficaz. Eu, acrescentaria também o amor real pela bela mas árdua tarefa de educar.

Varuna Viotti Victoria, pedagoga

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Artigo - Só as mães sabem

Publicado em 07/05/2010, na Gazeta de Piracicaba

Existem coisas que só as mães sabem. A sabedoria materna sabe fazer com que um filho consiga sentir, mesmo que distante que está sendo abraçado por sua mãe. Só mães possuem aquele carinho que de verdade traz alívio às dores dos filhos e mães fazem do lar um ninho construído com muito empenho e carinho, mesmo sabendo que os filhos voarão e deixarão esse ninho vazio.

Mães têm o poder mágico de transformar um grupo de pessoas em família. Mandam mensagens sem precisar falar e conseguem enxergar o que os filhos querem através de seus olhos. Mesmo longe, mães conseguem enxugar as lágrimas dos filhos e, quando ainda são crianças, somente elas conseguem fazer com que os monstros do quarto se tornem inofensivos para que os filhos possam dormir em paz.

Mães conseguem transformar momentos difíceis em bons momentos pois elas sempre acham um caminho.

Quando ainda não somos mães não temos a dimensão exata do amor materno. Ouvimos falar que é o maior amor do mundo mas só teremos a dimensão desse amor quando nos tornarmos mães.

Quando olhamos para aquele serzinho indefeso, abrindo os olhos para o mundo e totalmente dependente de nossos cuidados, do nosso afeto e carinho, a dimensão de amor materno começa a ficar mais clara para nós mulheres. E, como não nascemos mães temos que passar por um aprendizado belo mas nem sempre fácil da maternidade.

Sofremos com incertezas, com choros não definidos de nossos filhos, com a renúncia que temos que fazer para podermos exercer o papel de mãe, enfim é uma transformação imensa em nossa vida a chegada de um filho.

Quando crescem, outras incertezas aparecerão. Escolhas diante da vida, das quais teremos apenas um papel coadjuvante, sofrimentos que virão para os filhos e, como mães, nem sempre podemos ou devemos poupá-los. Medos de mãe aparecerão também. Ansiedade de esperar por filhos que saíram e ainda não voltaram para casa.

Ver e deixar um filho alçar vôo não é nada fácil. Mães gostariam de ter eternamente o papel principal na vida de seus filhos mas, é preciso sabedoria para deixá-los viver e sofrer suas próprias experiências.

Que nesse dia especialmente dedicado às mães, os filhos consigam entender que muitas coisas só elas sabem. Que valorizem suas mães muito além de um presente material porque mãe é aquela que não tem hora marcada e nem tempo de acabar, pelo menos no coração dos filhos.
Varuna Viotti Victoria, pedagoga

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Artigo - Para a mulher que é mãe II

Publicado em 06/05/2010, na Gazeta de Piracicaba

É de extrema importância que os filhos sintam que a mãe tem um tempo disponível para eles. Momentos nos quais a relação fica integral, proporcionam segurança para a criança.

Muitas vezes, as mães se mostram preocupadas apenas com a limpeza da casa, o almoço ou sua profissão. Noutras, se escondem por traz de uma revista, livro ou televisão.

Imersas em sua individualidade, emocionalmente distantes, fazem com que os filhos se sintam um acessório em suas vidas. Suas perguntas atrapalham, se tornam irritantes, suas palavras podem ser ignoradas e seus interesses despercebidos.

A maior parte o tempo, as mães podem levar suas vidas sem dar à seus filhos o sentimento de que estão vitalmente interessadas neles, sem lhes transmitir que eles são parte muito importante de suas vidas.

É mais fácil proporcionar brinquedos, diversões, vantagens sociais e educacionais do que desprender algo de dentro delas mesmas (seu interesse, carinho e amor) e que as crianças precisam tanto.

Dia da mulher que é mãe, é dia de reflexão. Vamos nos questionar.

Qual foi a última vez que eu e meu filho passeamos juntos, conversamos e rimos gostosamente?

Quantas vezes parei de fazer o que estava fazendo - e dei em meu filho um abraço, um beijo ou pelo menos falei o quanto gosto dele?

Posso me lembrar quando o prazer de estar com meu filho, foi a coisa mais importante do dia?

Parece que, as vezes, é como se ficássemos esperando que nossos filhos se transformem naquilo que desejamos, aguardando que eles correspondam às nossas expectativas, para lhes dedicarmos ou expressarmos nosso amor.

Vamos deixar que nossos filhos saibam que gostamos deles e que os admiramos como são. Vamos parar de economizar nosso carinho ou deixá-lo para depois.

Antes de mais nada, para sermos boas mães é necessário também sermos uma pessoa bem resolvida com nós mesmas.

Por este motivo, é fundamental nos permitirmos ter em nossas vidas, atividades que possam nos dar prazer.

Isso porque, se vivermos apenas a "função maternal" acabaremos, de forma inconsciente, cobrando muito de nossos filhos que pagarão caro por nossa insatisfação.

Portanto, quanto mais gostarmos da pessoa que somos e da vida que levamos, mais estaremos preparadas para amarmos nossos filhos.

Estes, devem se inserir como uma parte muito importante de nossas vidas, porém não a única.

O que conta no relacionamento, é a qualidade e não a quantidade do tempo investido em nosso contato com eles. Assim, cada um pode encontrar seu próprio espaço.

Mães que ficam o tempo todo "grudadas" em seus filhos, denunciam mais sentimento de culpa do que um amor genuíno e verdadeiro.

Não podemos perder de vista, que nós mães constituímos para nossos filhos a base de todo o relacionamento emocional que eles vivenciarão.

Se este relacionamento for satisfatório, eles desenvolverão confiança neles mesmos, nas outras pessoas e na vida.

Edázima Aidar é psicanalista formada pela
Sociedade Campinense de Psicanálise

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Artigo - Obrigado, mãe, pela vida

Publicado em 05/05/2010, na Gazeta de Piracicaba

Você, caro leitor, jovem, idoso, culto, acompanhante assíduo ou extemporâneo das páginas dos jornais, já parou um momento (um só que seja) para meditar um pouco sobre a figura inatacável, amada, admirada, querida das mães ou de sua própria mãe? Garanto que não, não extensivo a muitos, muitos filhos(as) mesmo, que nunca usaram da cabecinha louca para pensar naquela que os (as) gerou e trouxe para a luz da vida, e os encantos do universo visível, para a luz deste sol soberbo, deste azul infinito do céu, destas paisagens sem fim, deste mundo enfim, onde lateja, vive, trabalha, luta e morre o ser humano?

Ah! Como pode existir tanta ignorância, tanta incompreensão, tanta maldade, com relação a essa que recebeu a semente da vida do homem, engendrou o principio da vida em seu seio, sustentou a vida durante nove meses dentro de si mesma, trazendo-nos para este mundo, com dor, sim, mas com imensa alegria, e envoltos de amor? A ingratidão degrada o homem, a mulher, o jovem, a jovem, o menino, a menina, o velhinho e a idosa, A ingratidão infelicita quem a pratica e quem a recebe, é um pecado grave que atenta contra os desígnios de Deus e contra os ideais do homem!... E a pior ingratidão é a daquele que esquece o útero de onde veio, que despreza os seios que o aleitaram, que ignora o amor que o dignifica, que ofende a própria mãe, com desfaçatez, com maldade, com infelicidade humanas.

Será que é tão fácil esquecer daquela que velou durante inúmeras noites o berço onde a doença exigia lágrimas, onde imperava a tristeza da dor, onde o pranto urdia lamentos de infelicidade, onde a febre reinava, onde a falta de uma colher de remédio poderia debelar tudo isso, em momentos, mas os recursos não havia para pagar o medico e escasseava o dinheiro para aviar as receitas salvadoras?

Será que há filhos(as) que esqueçam o trabalho e a dedicação com que a mãe os encaminhou do lar para a escola, do lar para a igreja, do lar par o diploma de ser alguém na vida, do lar para a sociedade, do lar para o trabalho, do lar para a felicidade de um matrimônio, do lar para a vitória da vida?

Não. Não meus irmãos de existência, A menos que seja um monstro, não pode existir alguém que despreze a mãe, de alguém que ofenda a mãe, de alguém que não ame a mãe. Embora sejamos testemunho de quantos ingratos filhos assassinam moralmente ou mesmo realmente sua progenitora, esquecem-na, ofendem-na, fazem-na chorar, mesmo assim podemos nos consolar pela existência de outros muitos filhos que sabem com dar-lhe felicidade, dedicar-lhe carinho e atenções, sofrer quando ela sofre, rir quando ela ri, ouvir quando ela fala, atender quando ela pede, amá-la enfim como aliás merece toda e qualquer mãe, porque até hoje o mundo não encontrou nunca aquilo que possa substituí-la na santa, imensa, grato e divina missão que Deus lhe concedeu.

Por isso, minha saudosa mãe e mães de todos os que colocais olhos sobre estas linhas e as daqueles que não podem ler minhas tiradas maternas, obrigado, pela vida que nos deste e pelos caminhos que nos abriste em meio às dificuldades de um mundo cada vez mais alienado e esquecido de Deus e do amor de vocês, mãe de cada um.

Lino Vitti é diretor administrativo aposentado da
Câmara de Vereadores de Piracicaba, 
autor, Príncipe dos Poetas de Piracicaba.
Blog: http://poeta-linovitti.blogspot.com/