quinta-feira, 6 de maio de 2010

Artigo - Para a mulher que é mãe II

Publicado em 06/05/2010, na Gazeta de Piracicaba

É de extrema importância que os filhos sintam que a mãe tem um tempo disponível para eles. Momentos nos quais a relação fica integral, proporcionam segurança para a criança.

Muitas vezes, as mães se mostram preocupadas apenas com a limpeza da casa, o almoço ou sua profissão. Noutras, se escondem por traz de uma revista, livro ou televisão.

Imersas em sua individualidade, emocionalmente distantes, fazem com que os filhos se sintam um acessório em suas vidas. Suas perguntas atrapalham, se tornam irritantes, suas palavras podem ser ignoradas e seus interesses despercebidos.

A maior parte o tempo, as mães podem levar suas vidas sem dar à seus filhos o sentimento de que estão vitalmente interessadas neles, sem lhes transmitir que eles são parte muito importante de suas vidas.

É mais fácil proporcionar brinquedos, diversões, vantagens sociais e educacionais do que desprender algo de dentro delas mesmas (seu interesse, carinho e amor) e que as crianças precisam tanto.

Dia da mulher que é mãe, é dia de reflexão. Vamos nos questionar.

Qual foi a última vez que eu e meu filho passeamos juntos, conversamos e rimos gostosamente?

Quantas vezes parei de fazer o que estava fazendo - e dei em meu filho um abraço, um beijo ou pelo menos falei o quanto gosto dele?

Posso me lembrar quando o prazer de estar com meu filho, foi a coisa mais importante do dia?

Parece que, as vezes, é como se ficássemos esperando que nossos filhos se transformem naquilo que desejamos, aguardando que eles correspondam às nossas expectativas, para lhes dedicarmos ou expressarmos nosso amor.

Vamos deixar que nossos filhos saibam que gostamos deles e que os admiramos como são. Vamos parar de economizar nosso carinho ou deixá-lo para depois.

Antes de mais nada, para sermos boas mães é necessário também sermos uma pessoa bem resolvida com nós mesmas.

Por este motivo, é fundamental nos permitirmos ter em nossas vidas, atividades que possam nos dar prazer.

Isso porque, se vivermos apenas a "função maternal" acabaremos, de forma inconsciente, cobrando muito de nossos filhos que pagarão caro por nossa insatisfação.

Portanto, quanto mais gostarmos da pessoa que somos e da vida que levamos, mais estaremos preparadas para amarmos nossos filhos.

Estes, devem se inserir como uma parte muito importante de nossas vidas, porém não a única.

O que conta no relacionamento, é a qualidade e não a quantidade do tempo investido em nosso contato com eles. Assim, cada um pode encontrar seu próprio espaço.

Mães que ficam o tempo todo "grudadas" em seus filhos, denunciam mais sentimento de culpa do que um amor genuíno e verdadeiro.

Não podemos perder de vista, que nós mães constituímos para nossos filhos a base de todo o relacionamento emocional que eles vivenciarão.

Se este relacionamento for satisfatório, eles desenvolverão confiança neles mesmos, nas outras pessoas e na vida.

Edázima Aidar é psicanalista formada pela
Sociedade Campinense de Psicanálise

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