Pertencer a um grupo e contribuir com ele é muito importante para a evolução da criança
EM PLENA COPA de futebol as crianças não pensam em outra coisa. Elas já fizeram álbuns e trocaram figurinhas de jogadores, já montaram seu próprio time como se fossem técnicos, contestaram algumas convocações, entraram em bolões e, agora, acompanham os jogos e completam suas tabelas.
Em dia de jogo, elas se transformam. Ficam ansiosas até o início da partida, torcem, soltam palavrões, reclamam, discutem a escalação dos jogadores e a atuação do juiz e comemoram ou choram os resultados.
Observar o envolvimento das crianças nessa competição é surpreendente, já que os argumentos que elas têm para defender suas opiniões quase sempre são colocados com propriedade, participam com alegria de tudo o que envolve a Copa e procuram estar sempre bem informados dos acontecimentos.
As crianças foram contaminadas pelo entusiasmo geral dos adultos, a começar pelo dos próprios pais.
Ninguém precisou falar mais de mil vezes para elas que tal acontecimento esportivo é importante e que, por isso, deveriam se interessar. E não foi preciso sentar com elas durante horas para que encontrassem as notícias que queriam.
Por que será que isso acontece com as crianças nesse momento? Elas não nascem com interesse pelo futebol: aprendem isso.
E, da mesma maneira, elas não se entregam a esse interesse apenas por prazer considerando que, muitas vezes, sofrem por causa dele.
O que mobiliza a criança a entrar nesse clima certamente é o chamado sentimento de pertença. Fazer parte de um grupo, dar a ele sua contribuição possível, encontrar o seu lugar e nele ser reconhecido são elementos muito importantes para o desenvolvimento da criança.
Entretanto, muitas famílias não se dão conta desse fato e pouco fazem para que os filhos, desde pequenos, percebam que pertencem àquele grupo.
Na correria em que se transformou a vida nas cidades, as famílias têm poucas oportunidades para se reunir. Uma delas é no horário das refeições. Isso pode não acontecer todos os dias, mas, certamente, algumas vezes na semana a família, caso se esforce para isso, consegue se encontrar em torno da mesa.
Não é nada incomum que os filhos, nessa hora, recusem a participar da refeição. Bons motivos eles sempre têm: é o jogo no videogame, é o encontro com a amiga, é a chamada urgente ao telefone etc. Eles não se dão conta da importância de sua presença nos encontros familiares.
Muitos pais, para evitar conflitos e confrontos e, inclusive, para garantir seu próprio sossego na hora da refeição, não relutam em permitir que os filhos se ausentem, ou pouco se esforçam para trazê-los ao evento.
Esses pais não têm ideia de que, quando agem dessa maneira, passam uma mensagem ao filho: a de que a presença dele na família é descartável, de que não tem importância alguma.
Muitos desses pais acreditam que quando consentem que seus filhos não valorizem os encontros familiares fazem o bem para eles. Mas observar a participação das crianças no clima da Copa é o suficiente para perceber o quão importante é, para elas, fazer parte do grupo em que vivem.
No início, é preciso insistir e até exigir a presença dos filhos, mesmo que isso os desagrade. Claro que essa exigência deve ser menor à medida que eles crescem, porque vão assumindo a própria vida. Mas, inclusive na vida adulta, a sensação de pertencer a uma panelinha familiar, mesmo à distância, é algo precioso, que ajuda a viver.
EM PLENA COPA de futebol as crianças não pensam em outra coisa. Elas já fizeram álbuns e trocaram figurinhas de jogadores, já montaram seu próprio time como se fossem técnicos, contestaram algumas convocações, entraram em bolões e, agora, acompanham os jogos e completam suas tabelas.
Em dia de jogo, elas se transformam. Ficam ansiosas até o início da partida, torcem, soltam palavrões, reclamam, discutem a escalação dos jogadores e a atuação do juiz e comemoram ou choram os resultados.
Observar o envolvimento das crianças nessa competição é surpreendente, já que os argumentos que elas têm para defender suas opiniões quase sempre são colocados com propriedade, participam com alegria de tudo o que envolve a Copa e procuram estar sempre bem informados dos acontecimentos.
As crianças foram contaminadas pelo entusiasmo geral dos adultos, a começar pelo dos próprios pais.
Ninguém precisou falar mais de mil vezes para elas que tal acontecimento esportivo é importante e que, por isso, deveriam se interessar. E não foi preciso sentar com elas durante horas para que encontrassem as notícias que queriam.
Por que será que isso acontece com as crianças nesse momento? Elas não nascem com interesse pelo futebol: aprendem isso.
E, da mesma maneira, elas não se entregam a esse interesse apenas por prazer considerando que, muitas vezes, sofrem por causa dele.
O que mobiliza a criança a entrar nesse clima certamente é o chamado sentimento de pertença. Fazer parte de um grupo, dar a ele sua contribuição possível, encontrar o seu lugar e nele ser reconhecido são elementos muito importantes para o desenvolvimento da criança.
Entretanto, muitas famílias não se dão conta desse fato e pouco fazem para que os filhos, desde pequenos, percebam que pertencem àquele grupo.
Na correria em que se transformou a vida nas cidades, as famílias têm poucas oportunidades para se reunir. Uma delas é no horário das refeições. Isso pode não acontecer todos os dias, mas, certamente, algumas vezes na semana a família, caso se esforce para isso, consegue se encontrar em torno da mesa.
Não é nada incomum que os filhos, nessa hora, recusem a participar da refeição. Bons motivos eles sempre têm: é o jogo no videogame, é o encontro com a amiga, é a chamada urgente ao telefone etc. Eles não se dão conta da importância de sua presença nos encontros familiares.
Muitos pais, para evitar conflitos e confrontos e, inclusive, para garantir seu próprio sossego na hora da refeição, não relutam em permitir que os filhos se ausentem, ou pouco se esforçam para trazê-los ao evento.
Esses pais não têm ideia de que, quando agem dessa maneira, passam uma mensagem ao filho: a de que a presença dele na família é descartável, de que não tem importância alguma.
Muitos desses pais acreditam que quando consentem que seus filhos não valorizem os encontros familiares fazem o bem para eles. Mas observar a participação das crianças no clima da Copa é o suficiente para perceber o quão importante é, para elas, fazer parte do grupo em que vivem.
No início, é preciso insistir e até exigir a presença dos filhos, mesmo que isso os desagrade. Claro que essa exigência deve ser menor à medida que eles crescem, porque vão assumindo a própria vida. Mas, inclusive na vida adulta, a sensação de pertencer a uma panelinha familiar, mesmo à distância, é algo precioso, que ajuda a viver.
ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha) blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
roselysaya@uol.com.br
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