Artigo publicado na Coluna Opinião, da Gazeta de Piracicaba, de 24/10/2010:
Andrea R. Martins Corrêa
É preciso olhar com mais cuidado para nossos adolescentes.
Temos muitas informações sobre adolescência: uma fase de mudanças, de novas referências, de grupalização, de enfrentamento e timidez ao mesmo tempo, de encantamento com a sexualidade, de desejos e frustrações intensas. Apesar disso - ou até por isso -, não sabemos como lidar, como escutar ou mesmo falar com os adolescentes.
É urgente a necessidade de se criar canais de comunicação, incentivando os adolescentes a dizerem como vêem o mundo e o que dele esperam, como sentem a vida e o que pensam do futuro, como vivenciam as relações de amizade e de paixão.
Através de diversos tipos de grupos, seja na escola, na academia, na balada ou em família, os adolescentes criam uma forma própria de se comunicar, que não prescinde, no entanto, da atenção e do acompanhamento dos adultos. Podemos e devemos tentar compreendê-los, mantendo-nos perto e longe, firmes e afetivos, fortes e frágeis.
Muitas vezes cobramos dos adolescentes posturas mais maduras diante dos problemas que a vida traz, mas não oferecemos recursos suficientes para que eles aprendam ou se disponham a enfrentar as dificuldades.
Optamos, nem sempre conscientemente, pela solidão, que pode muito bem ser saudável em determinados momentos, mas que torna-se motivo de grande angústia quando impede constantemente o compartilhar: cada um em um quarto, cada qual no seu mundo.
Estar junto, partilhar as dores e sofrimentos, as alegrias e as vitórias, com palavras ou em silêncio, com gestos e olhares, com dúvidas, medo e vergonha ( muita vergonha! ), é ainda um caminho possível, uma trilha de pedras e cacos que pede nossa presença, paciência e amor.
Andrea R. Martins Corrêa, é psicóloga.
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